sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NÉSCIOS E DÉSPOTAS (ou uma coisa e outra)

Nunca como hoje o homem dispôs de tantos e sofisticados meios e recursos científicos e tecnológicos que, devidamente utilizados, podem propiciar o bem-estar generalizado, extensivo ao todo da Humanidade.
Nunca como hoje, a consciência crítica do indivíduo foi tão capaz de interpretar as ideologias, a filosofia e os conceitos de vida e escolher os mais propícios para uma vivência social mais fraterna e justa, mais pautada pela igualdade de oportunidades e direitos.
Nunca como hoje, o homem dispôs de tanta capacidade para ajuizar o certo e o errado e civicamente intervir no rumo dos acontecimentos sociais, culturais e políticos.
Todavia, o tempo de hoje está marcado pelo contra-senso entre as possibilidades, susceptíveis de gerar o bem-estar e a felicidade, e a realidade da crise social em que caiu a Europa e o mundo em geral.
Vivemos então um tempo absurdo, caracterizado por aquilo que podia ser e pela realidade indesmentível daquilo que é.
Para além de absurdo, é o tempo do mundo patético da classe política, protagonistas néscios que criarem e engordaram a crise ao ponto de ela se tornar insustentável e que, agora, se tornam protagonistas déspotas (mas não menos néscios) a exigirem que sejamos nós, através da mais vergonhosa espoliação, a pagar a crise.  
                                                                                                                                             Fernando Hilário

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